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A CASA É SUA | Pb. Welington

Celebrem essa cerimônia” – (Êxodo 12.21 a 27)


O objetivo desta Pastoral é relembrar à nossa comunidade que educar, transmitir, ensinar, celebrar, conviver e amar é parte do verdadeiro SER IGREJA e da nossa rotina como família espiritual, em face de uma época desafiadora onde, cada vez mais, pessoas se declaram “desigrejadas”, não vinculadas a nenhuma igreja evangélica específica, ou substituindo o convívio presencial semanal por assistir a pregações via Internet ou mesmo da apatia de quem, estando fisicamente na igreja, têm apenas uma experiência de “auditório” assistindo uma palestra e voltando para casa sem se permitir melhor relacionamento com os irmãos.

A questão é que ainda, infelizmente, muitas pessoas têm uma visão equivocada do que é a IGREJA.

Nossa reflexão começa relembrando a última noite em que o povo de Israel passou no Egito. Sua última noite como escravos e a primeira celebração da Páscoa judaica. Os descendentes de Abraão haviam se tornado uma nação numerosa. Os filhos de Jacó eram escravos, ali, havia mais de 430 anos. Prestes a cumprir sua promessa de libertação, através de Moisés, Deus orientou o povo a sacrificar o cordeiro, passar o seu sangue nos batentes das portas e não sair de casa. Feito isso, o “destruidor”, o Anjo da morte, não mataria os moradores israelitas, como faria com os egípcios. E termina ordenando que “assim que entrarem na terra da promessa celebrassem essa cerimônia, para ensinar seus filhos e se lembrarem do que Deus havia feito por eles” (Êx 12.21-27).

Se estivéssemos naquela época e tivéssemos a oportunidade de apontar qual dessas duas nações prosperaria e teria condições de influenciar o mundo no futuro, com certeza apostaríamos no Egito: um império gigantesco, uma potência cultural, econômica e cientifica da época.

No entanto, não foi o que ocorreu: o Egito sucumbiu. Sua civilização desmoronou, suas riquezas foram dilapidadas e suas divindades tornaram-se mitologia e folclore. Hoje, ninguém adora Ra, Osíris, Hórus ou Iris, mas todo domingo, no mundo inteiro, se entoam hinos de louvor ao Deus de Israel.

Apesar de todas as dificuldades ao longo dos séculos, o povo israelita preservou sua cultura, identidade e visão de Deus ao permanecer lembrando, celebrando e transmitindo aquilo que Deus fez e revelou a eles, ano após ano. Um povo que não apenas sobreviveu, mas influenciou a metade do mundo com sua tradição e valores.

1200 anos depois da primeira Páscoa, vemos Jesus, que era judeu, junto aos seus discípulos celebrando a Páscoa, ocasião em que Jesus instituiu, criou nova cerimônia, a Ceia. A páscoa judaica era celebrada uma vez por ano, com o objetivo de manter na memória do povo judeu a libertação do Egito e a promessa de dias melhores, na terra de Canaã. A Ceia tem um significado superior: através dela, Jesus Cristo mostra que fomos libertos do poder do diabo, do pecado e da morte por meio da Cruz e nossa fé nEle. Assim como o Cordeiro, Jesus foi oferecido a Deus como expiação de nossos pecados. Não é em vão que o Senhor ordena: "façam isto em memória de mim" (Lc 22.14-20) e novamente uma ordenança, que manteria a memória do Seu povo focada na libertação ou salvação concedida por Deus.

Para celebrar e educar em um mundo que, a cada dia, põe à prova nossos valores e crenças, precisamos cumprir essa ordenança da Ceia e “nos lembrar” do que Cristo fez por nós, mas precisamos de apresentações de corais, reuniões de células, ministérios de louvor, de EBD e cerimônias como pais apresentando ao Senhor seus filhos pequenos na igreja, casais fazendo seus votos no altar, batismos de novos convertidos, entre outros. Estes são meios pelos quais transmitimos uma mensagem, um ensinamento, um testemunho, participamos juntos com nossos dons e vocações afirmamos nossa identidade. A vida da igreja é mais do que apenas assistir a uma palestra ou ouvir uma mensagem no domingo, mas participar ativamente de uma rotina familiar que envolve orar, cantar e comer juntos, convívio íntimo que nos ajuda a trocar experiências e a cumprir nosso propósito como povo de Deus.

Ao abrir mão de participar da vida ativa da igreja, deixamos de aprender através do convívio prático com irmãos, que são pessoas diferentes de nós, e de sermos abençoados através de suas vidas e experiências com Deus e dos dons que receberam.

Mesmo quando esse convívio se torna difícil ou que, por ocasiões, nos magoe ou frustre alguma de nossas expectativas, cremos que, mesmo por meio dessas experiências, o Senhor nos trata e ensina também. Esta é uma casa ainda composta de pessoas falhas, mas resgatadas pelo mesmo Salvador e que se tornaram “filhos” em uma mesma Casa, em uma mesma Família: “Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas encorajemo-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês veem que se aproxima o Dia.” (Hb 10.25).

“Assim como cada um de nós tem um corpo com muitos membros e esses membros não exercem todos a mesma função, assim também em Cristo nós, que somos muitos, formamos um corpo, e cada membro está ligado a todos os outros.” (Rm 12.4 e 5).

“Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” (1 Pe 2.9).

Somos um povo, temos um propósito. Por isso, convidamos você a romper esse paradigma e a ver seu companheiro de banco na igreja como um irmão em Cristo em Sua Casa e vivermos de acordo com essa verdade.

Que Deus assim nos abençoe.


Pb Welington Rodrigues de Farias


(NOTA: Mensagem pregada na manhã do domingo 30.6.19, na IEVY)

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