“O Reino dos céus, pois, será semelhante a dez virgens que pegaram suas candeias e saíram para encontrar-se com o noivo. Cinco delas eram insensatas, e cinco eram prudentes. "Portanto, vigiem, porque vocês não sabem o dia nem a hora!”(Mateus 25.1 a 13)
Durante muito tempo ouvi pessoas dizerem que a morte é a única certeza que temos na vida: “Na vida, só a morte é certa...”. Como cristão, eu discordo. A minha certeza é volta de Jesus; a morte é uma possibilidade. Se Jesus voltar antes da minha morte, eu não a experimentarei. Então a morte não é uma certeza; é uma possibilidade. Certeza é a volta de Jesus, o Noivo. Disso eu não tenho dúvidas. Se me perguntarem quando, eu não sei o dia e nem a hora. Tudo o que sei é que o Noivo Jesus virá.
O evangelho de Jesus narrado por Mateus tem como público-alvo os Judeus. Mateus fala aos judeus que receberam as boas novas de salvação. Sua ênfase não está em pregar a salvação. Mateus afirma da volta de Jesus e do Reino dos céus. Precisamos entender a mensagem dos três evangelhos: o Evangelho da Graça, o Evangelho do Reino e o Evangelho da Salvação.
A expressão EVANGELHO significa boa notícia ou boas novas. Podemos resumir da seguinte forma:
· Evangelho da Graça – Favor: “Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8-9);
· Evangelho do Reino – Recompensa: O tema principal do sermão no monte, em Mt 5 a 7, é o Reino dos céus. Mas, a recompensa é mencionada repetidamente, porque o reino dos céus é a recompensa;
· Evangelho da Salvação – Vida eterna: “Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.23).
Para as pessoas que ainda não têm Jesus como seu único e suficiente Salvador, precisamos pregar o Evangelho da Graça, o favor de Jesus, imerecido por nós. Para os salvos, precisamos pregar o Evangelho do Reino e o Evangelho da Salvação, a volta de Jesus, o Reino dos céus, a recompensa e a vida eterna. A pessoa que se acostumou com essa vida e com o reino dos homens age como uma louca, como imprudente, como se Jesus não fosse voltar, mas “O Noivo Jesus vem”. Como cristão, a minha grande certeza está na volta de Jesus para buscar os salvos.
Nos dias de Jesus, quando um jovem judeu queria se casar, era feito o contrato de matrimônio. Esse contrato já era um compromisso oficial e público. Um dos pontos mais importante do contrato era o preço que o Noivo estaria disposto a pagar pela Noiva, para se casar com ela. Não era "qualquer valor", modesto, mas ele deveria expressar o alto valor que a noiva teria para ele. Após concluir esse assunto do preço, o noivo retornaria à casa de seu pai para começar os preparativos. Na casa do pai, ele prepararia o lugar para sua noiva, o aposento nupcial. A construção durava praticamente um ano, e o pai do Noivo daria a palavra final sobre a conclusão da obra e sua aprovação. Era o pai do Noivo quem o liberaria para buscar sua noiva.
A noiva aguardaria pacientemente o Noivo. A tradição ordenava que ela devesse ter consigo uma lamparina de óleo ou azeite. Se o noivo chegasse de noite ou de madrugada, a Noiva deveria estar pronta para viajar ao encontro do Noivo. Durante a espera, ela seria conhecida como "consagrada, separada, bela noiva comprada por alto preço". Ela era uma "Senhora à espera". Não havia dúvidas sobre o retorno do noivo. O Noivo poderia demorar pouco, mas certamente ele voltaria para buscar sua escolhida. A Noiva deveria convocar suas irmãs e suas melhores amigas, e todos os demais que deveriam ir com ela para as bodas. E todos deveriam ter suas lamparinas com óleo.
De um lado a noiva, do outro o Noivo. Se alguém visse o noivo trabalhando para concluir os aposentos nupciais perguntaria a ele: "Quando será o grande dia?" Ele responderia: "Só meu pai sabe!". Assim como a noiva convida as amigas, o noivo convidaria seus amigos para acompanhá-lo na busca da noiva. Ele e seus amigos fariam de tudo para surpreender a Noiva. O Noivo tentaria chegar à meia-noite, enquanto ela dormia. As lamparinas deveriam estar prontas abastecidas com óleo. Ela dormiria já vestida de noiva à espera do Noivo, que chegaria a qualquer momento. Mas, existem regras a ser observadas; os amigos do Noivo, ao se aproximarem da casa da noiva, deveriam dar um sinal ao Noivo. Um dos amigos deveria gritar: “Eis o Noivo!”. Saiam para encontrá-lo.
É nesse momento que o Noivo chega. O que me chama a atenção é que, em nenhum momento da parábola, fala-se da Noiva. A ênfase está nas dez virgens, na lamparina e no óleo. Essa é uma parábola de fácil entendimento, mas de difícil interpretação. É uma das parábolas mais difíceis de interpretar. Ao longo dos anos, grandes teólogos tiveram interpretações diferentes sobre a Parábola das Dez Virgens. Mas todos concordam que o Noivo é Cristo, e isso basta para mim. Em 2010, eu aprendi com um pastor batista: “O principal é fazer do principal o principal”. O principal aqui é o Noivo, a despeito das virgens, lamparina e o óleo, que são importantes, mas o Noivo é o principal. As virgens não são o principal, mas são importantes, e, se é importante, precisamos olhar para elas. A parábola divide as 10 virgens em dois grupos: cinco imprudentes e cinco prudentes. Mesmo a parábola divida as virgens em dois grupos, existem alguns pontos em comum entre elas:
Todas eram virgens, todas tinham lamparina, todas dormiram, todas ouviram a voz, entre outros pontos em comum. Em nossos dias, diríamos: todas eram crentes, todas iam aos cultos, todas frequentavam a célula, todas davam o dízimo, entre outros pontos em comum. Mas entre elas, havia cinco imprudentes e cinco prudentes. Porque não basta ser virgem, é preciso ter o óleo. Não basta ser crente, é preciso ter o óleo. As imprudentes eram virgens, tinham lamparina, mas não tinham o óleo necessário. Quando o Noivo chegou, as imprudentes pediram óleo para as prudentes: “Deem-nos um pouco do seu óleo, pois as nossas lamparinas estão se apagando. Elas responderam: “Não, pois pode ser que não haja o suficiente para nós e para vocês. Vão comprar para vocês”. Esse óleo não se compra com dinheiro, mas existe um preço a ser pago. Quando o Noivo voltar, quem tem, tem; quem não tem, não tem, “Portanto, vigiem, porque vocês não sabem o dia nem a hora!”
Eu não vejo a hora de ouvir alguém gritar: “EIS QUE VEM O NOIVO! EIS AI O NOIVO!”. Eis que vem o Noivo é um evento, A volta de Cristo para buscar os salvos. Eis aí o Noivo que é Cristo. A nossa geração está muito mais preocupada com o evento do que com o Noivo. Está muito mais preocupada em fazer evento do que estar cheia de óleo com a lamparina acesa para se encontrar com o Noivo. Quando Ele voltar, não basta ser crente, é preciso ter óleo. Dois pontos para concluirmos:
· A noiva precisa se comportar como noiva consagrada, separada, bela noiva comprada por alto preço.
· É preciso estar preparado e desejar a volta de Jesus; mas só deseja a volta do Noivo que está preparado.
Deixa Deus ministrar ao seu coração. Ele está dizendo: concerte-se porque lamparina quebrada não retém óleo; encha-se de óleo porque o Noivo vem. O que me chama a atenção é que imprudentes e prudentes estavam juntas, mas, no final, só as prudentes entraram para o banquete. A decisão é sua. Se você vai entrar com as prudentes ou ficar para fora com as imprudentes. “Portanto, vigiem, porque vocês não sabem o dia nem a hora!"
Que Deus nos abençoe em estar preparados para o encontro com o Noivo Jesus!
Ev. Thiago Oliveira Passos
NOTA: Mensagem pregada no domingo pela manhã, 31.10.21.
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