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O DONO DA VINHA E O VINHATEIRO: PACIÊNCIA E CUIDADO! | Ev. Thiago Passos

“Então Jesus contou esta parábola: "Um homem tinha uma figueira plantada em sua vinha. Foi procurar fruto nela, e não achou nenhum. Por isso disse ao que cuidava da vinha: ‘Já faz três anos que venho procurar fruto nesta figueira e não acho. Corte-a! Por que deixá-la inutilizar a terra? Respondeu o homem: Senhor, deixe-a por mais um ano, e eu cavarei ao redor dela e a adubarei. Se der fruto no ano que vem, muito bem! Se não, corte-a.” (Lucas 13.6 a 9).


O texto é uma parábola contada por Jesus que fala sobre arrependimento. Você já ouviu várias pregações sobre essa parábola. Na sua grande maioria, ficou claro que o do Dono da vinha representa o Deus Pai; o vinhateiro, Jesus Cristo; e a figueira, cada um de nós.

Convido você a olhar por outra perspectiva. A parábola é conhecida como da “figueira estéril”. Jesus falou a respeito do dono da vinha que foi verificar a figueira ali plantada. Ele procurou frutos, mas não os achou. Era o terceiro ano que a figueira não produzia nada; por isso, ele ordenou que o empregado que cuidava da vinha (vinhateiro) a cortasse, porque ela ocupava espaço inutilmente e consumindo os nutrientes da terra.

Na leitura chama a nossa atenção um detalhe secundário: que faz uma figueira no meio da vinha? No Oriente médio antigo, era comum a presença de outras plantas que não atrapalhassem o cultivo da vinha. Para nós, gera certa estranheza, mas não era estranha a presença da figueira ali. A figueira era árvore comum em Israel. Jesus usou a figueira em diversos momentos para ensinar várias lições aos discípulos.

Você já percebeu que tudo o que é estranho chama a nossa atenção? Por esse motivo fiz questão de dizer que não é estranha a presença da figueira no meio da vinha. Assim, a nossa atenção não estará voltada apenas para figueira. Pelo fato de darmos o título à parábola “Figueira Estéril” e pela estranheza da figueira estar plantada no meio da vinha, a nossa atenção se volta para ela. Corremos o risco de não nos atentarmos para o que está ao nosso redor: O dono da vinha e o vinhateiro! Se o foco estiver apenas na figueira, dificilmente você notará a presença do dono da vinha e do vinhateiro. Mesmo que a note, não dará a devida importância. Quero chamar a sua atenção para o dono da vinha e para o vinhateiro.

A parábola diz: um homem tinha uma vinha na qual estava plantada uma figueira. Não se trata de um acidente, não foi uma semente que caiu no chão e germinou. A figueira foi plantada. Quem planta nutri a expectativa dos frutos. Quando os frutos não vêm, o sentimento é de frustração. Esse homem foi procurar frutos na figueira, e não achou nenhum. Porque a árvore não dava frutos, ele ordenou ao vinhateiro que a cortasse. Por que deixá-la inutilizar a terra? Diante a ordem dada ao vinhateiro você diria: “Onde está a paciência do dono da vinha? São apenas três anos. Ainda é cedo para cortar a figueira!”. Na verdade, são pelo menos sete anos, pois os judeus só podiam comer do fruto de uma árvore a partir do quinto ano de vida produtiva. Nos primeiros três anos o consumo dos frutos era proibido; no quarto ano os frutos eram ofertados a Deus (Lv 19.23-25). Sendo assim, ele estava procurando frutos há três anos e não os encontrou. Então podemos dizer que o dono da vinha era um homem paciente, mas paciência tem limite; depois de sete anos, a paciência dele acabou.

Ouvimos sempre que devemos ter paciência. Tudo bem! Mas o que fazer quando a paciência se acaba? A resposta é: Tente mais uma vez! Quando se tiverem esgotado todas as possibilidades, tente mais uma vez. O dono da vinha disse: já faz três anos que venho procurando frutos nessa figueira e não os acho. Corte-a!

Sabe aquele momento que você está disposto a jogar tudo para o alto porque não tem mais expectativa? E que não tem mais esperança de que algo possa acontecer? Olhamos para a circunstância e dizemos: Eu desisto! Não há nada mais triste que que esse momento. O dono da vinha olhou para a figueira e disse: Eu desisto! Não tenho mais paciência para esperar fruto dessa figueira. Nesse momento o vinhateiro entrou em ação: Senhor deixe-a por mais um ano; eu cavarei uma vala ao redor dela e adubarei. O que o vinhateiro está dizendo é: deixa-me cuidar dela mais um pouco.

Aprendo que quando a paciência se acaba, e não tenho mais forças para continuar esperando os frutos, eu preciso de ajuda! A minha figueira precisa de cuidados! Então a falta de frutos é indicativa que algo está errado. A falta de frutos não é o fim, tente mais uma vez, e se precisar mais outra vez. Reconheçamos que necessitamos de ajuda e a figueira precisa de cuidados.

Temos uma figueira que não dá fruto e dois comportamentos bem distintos. O dono da vinha que cobra e o vinhateiro que cuida. O dono e o servo. Sabe o que Deus quer dizer com isso? Pare de se comportar como aquele que cobra e comece a se comportar como aquele que cuida. Pare de se comportar como dono e passe a se comportar como servo, e os frutos virão. Você tem todo o direito de cobrar, mas há momentos que temos que deixar a cobrança de lado e nos dedicar exclusivamente ao cuidado. Como você tem se relacionado com a sua esposa? Como aquele que só cobra ou como aquele que cuida? Como dono ou como servo? Como você tem se relacionado com o seu esposo, como aquela que só cobra ou como aquela que cuida? Como dona ou como serva? Como você tem se relacionado com os seus filhos, como aquele que só cobra ou como aquele que cuida? Como dono ou como servo? Penso que nesse tempo de isolamento social que estamos vivendo, o que mais precisamos é de cuidados. Mais cuidado, menos cobrança e mais amor.

Respondeu o vinhateiro: Senhor deixa-me cuidar dela! Eu cavarei uma vala ao redor dela e a adubarei. Precisamos adubar os nossos relacionamentos para que eles possam dar frutos. Precisamos adubar os nossos sonhos para que eles se realizem e possam dar frutos. Precisamos adubar a nossa vida espiritual para que ela possa dar frutos.

Para os nossos relacionamentos pessoais, o adubo é o amor e cuidado. Para os nossos sonhos, o adubo é a dedicação e o trabalho. Para a nossa vida espiritual, o adubo é a oração e a Palavra de Deus. Precisamos sair da posição de quem cobra, e assumir a posição de quem cuida.

Que esse ano seja um ano de mais ação de cuidados e menos cobranças, para que assim você possa colher os frutos em todas as áreas da sua vida.

Termino dizendo: “cuide daquilo que o Senhor confiou a você, e os frutos virão. Ele é Quem dá a terra, Ele dá a semente, Ele dá o crescimento. A nós, cabe apenas o cultivo, o cuidado”.

Graça e paz da parte de Cristo.

Ev. Thiago Passos


NOTA: Mensagem pregada ON LINE no culto da manhã de 14.2.21, na IEVY.

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